Foi uma questão de dois anos para o público, mas apenas dias na vida de John Wick. O assassino de aluguel que não está nem um pouco interessado em retornar a sua antiga vida está de volta e, como diz o seu título traduzido, é “Um Novo Dia Para Matar”. Mas de “novo” não é a história o destaque, muito menos o título já tão conhecido pelo gênero de ação, mas sim a gama de personagens inseridos e claro, os momentos frenéticos de batidas de carro, socos e sangue.
E isso já começando em seus primeiros minutos. Com uma cena de abertura de tirar o fôlego, o público é inserido mais uma vez nesse mundo totalmente irreal de John Wick, mas sempre tendo a preocupação de explicar a história anterior com falas de personagens e flashbacks pontuais. É até possível dizer que não é necessário conhecer o primeiro filme para acompanhar o segundo.
Mas, aos poucos, surgem motivos
para que o público conheça esse trabalho anterior de Keanu. Começando pela
direção de Chad Stahelski que em
alguns momentos, parece ter perdido o “glamour”
e cedido para o estilo simples de produções de ação. A fotografia azulada, o
néon e várias outras características que fizeram o primeiro um filme
visualmente bonito, acabam sendo apagadas em alguns momentos.
Outro motivo para se conhecer o
primeiro é pela loucura do roteiro. Já se sabe que John Wick não é o tipo de
filme para se levar a sério. Provavelmente com inspirações do mundo dos animes
e quadrinhos, o longa é uma ode ao exagerado. Matanças intermináveis,
atropelamentos e mais matança é algo comum aqui e não faz questão de ser
verossímil.
E é por isso que esta sequência
consegue ser tão divertida quanto a primeira. É o típico filme para se assistir
sem compromissos, que faz o público “sentir” as dores das pancadas e de quebra,
fazê-lo rir com as piadas e o estilo quieto de atuação de Keanu.
Não apenas a dele, mas também de
uma das queridinhas dos fãs de Orange is
The New Black, Ruby Rose, que
faz o papel de uma assassina muda. Algo que vai contra os outros papéis da
atriz, que geralmente é uma das que mais fala. Mas isso apenas torna a sua
atuação ainda mais interessante. Laurence
Fishburne é outro que brilha com um papel bem não-convencional.
Mas essa dualidade do filme, que
viaja entre seriedade e comédia, tem seu preço. As coreografias de lutas, que
são impecáveis, mas que também poderiam dar um peso totalmente diferente para o
longa, acabam se tornando exageradas. Assim como seu roteiro, que opta por se
manter simples mesmo que possa deixar alguns buracos e muita irrealidade para
trás.
Um Novo Dia Para Matar é o que parece ser o real início de uma nova
franquia. Seu antecessor era bom, mas todos sabem que não havia pretensão
alguma de uma continuação, mas agora, tudo, até mesmo os seus minutos finais,
caminham para uma conclusão que pode durar mais um ou quantos filmes acharem
necessários. Então, o melhor conselho é abraçar esse universo louco e apenas se
divertir, por que veremos Keanu Reeves
como John Wick por um bom tempo.
Deixe sua opinião:)